Comércio de São Paulo estima perda de R$ 45 milhões com inundações

O comércio da cidade de São Paulo e da região do ABC registrou ontem perdas em torno de R$ 45 milhões em decorrência das fortes chuvas ocorridas entre a noite de domingo e a madrugada de ontem. A estimativa é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O valor, segundo a entidade, representa 0,2% do faturamento previsto para março na soma da capital com a região do ABC.

Os segmentos mais afetados foram os de compras não programadas, por impulso, como supermercados, farmácias, vestuário e o grupo outras atividades (artigos esportivos, livros e revistas etc.), de acordo com a entidade.

Para a federação, “num dia atípico” como o de ontem, “são vários os aspectos que impactam as vendas”. 

Entre eles, o de muitas pessoas faltarem ao trabalho. O movimento também é prejudicado no horário de almoço e no fim do dia, quando parte da população efetua suas compras, o que não ocorre em dias de inundação. Para a entidade, a dificuldade dos lojistas para chegar até seus estabelecimentos também causa impacto negativo nas vendas de produtos.

De acordo com a FecomercioSP, os pequenos negócios são os que devem ter mais prejuízo, já que contam com menor número de empregados e menos alternativas para se manterem abertos.

No fim da tarde de ontem a região metropolitana de São Paulo registrava 12 mortes em decorrência do temporal, de acordo com o Corpo de Bombeiros do Estado. Foram sete mortes por afogamento e cinco por soterramento, de acordo com os bombeiros.

Segundo o Corpo de Bombeiros, houve 740 desmoronamentos e desabamentos na Grande São Paulo e 94 quedas de árvore. Em Ribeirão Pires (no ABC), uma casa desabou por volta das 23h40 do domingo, matando quatro pessoas.

O rio Tamanduateí transbordou e alagou vários pontos de seu entorno. Dois dos afogamentos registrados ocorreram devido ao transbordamento do rio, que é o terceiro de maior volume de água da cidade.

Pela manhã, o temporal paralisou as operações da linha 10 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que faz a ligação entre o ABC e a capital. Várias estações estavam tomadas pela água. Também houve alagamentos em várias vias de ligação do ABC com a cidade de São Paulo. O bairro do Ipiranga, na zona sul, que faz divisa com as cidades do ABC, foi um dos mais afetados.

A Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio municipal de veículos no período da manhã.

A prefeitura criou um comitê de crise para avaliar os impactos das chuvas. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), das 19h de domingo até as 7h da manhã de ontem, as chuvas somaram 57,8 milímetros (mm), o que corresponde a 32,6% do volume esperado para todo o mês de março, que é 177,4 mm. O volume acumulado no mês já era de 160,8 mm ontem de manhã, 90,6% do esperado.

O prefeito em exercício, Eduardo Tuma, disse que a situação ocorrida nesta madrugada foi “absolutamente imprevisível”. O titular do cargo, Bruno Covas (PSDB), encontra-se em licença para tratar de assuntos pessoais. Covas viajou para o exterior.

São Paulo chegou a ter 56 pontos de alagamento entre a noite de domingo e a manhã de ontem. Às 15h ainda havia três pontos intransitáveis: um em Pirituba (zona oeste da cidade) e dois na Vila Prudente (zona leste). Houve transbordamento dos córregos Ipiranga, dos Meninos, Tamanduateí, Aricanduva, Rio Verde, Oratório, do piscinão Guaramiranga e do Rio Tietê.

Fonte: Valor Econômico

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

seis + catorze =