
O SindimotoSP (Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipais do Estado de São Paulo) e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) denunciaram, na quarta-feira (25), que os motoboys estão trabalhando sem álcool gel, luvas descartáveis e outros materiais essenciais para garantir a segurança na sua jornada de trabalho durante a pandemia do coronavírus.
As entidades vão entregar uma série de reivindicações da categoria aos governos do Estado e da Prefeitura de São Paulo e para as entidades que representam as empresas de delivery e as principais companhias que atuam na área.
Junto com as reivindicações também será entrege um manifesto mostrando a preocupação com os profissionais que dobraram a sua carga horária para atender a população que está em quarentena neste período.
As reivindicações, são:
– Fornecimento gratuito de álcool gel 70% (500g para cada 30 entregas) para cada trabalhador;
– Fornecimento de luvas descartáveis (um par por entrega);
– Fornecimento de vale-alimentação de R$ 50 por dia.
– Fornecimento de vale-gasolina de R$ 30 por dia.
– Esterilização diária dos equipamentos de segurança (capacete, baú, jaqueta e celular);
– Compensação financeira de R$ 1 mil para o trabalhador que contrair o coronavírus e, com isso, ficar afastado da sua atividade pelo período estabelecido pelo Ministério da Saúde;
– Tratamento médico hospitalar para cada os trabalhadores que contraírem coronavírus.
“Os profissionais da saúde, por estarem na linha de frente do tratamento dos pacientes infectados, são os mais atingidos pelo coronavírus. Os motoboys também estão muito expostos neste período, considerando que a população está em quarentena e ampliou a solicitação do serviço de delivery”, diz Ricardo Patah, presidente nacional da UGT.
Para Patah, “esses profissionais também precisam de condições para trabalhar com segurança. Afinal, estão colocando em risco a sua saúde para nos atender e nos mantermos seguros em nossas casas”.
Em nota, a assessoria de imprensa do Governo do Estado de São Paulo informou que o governo “não foi contatado oficialmente pelo SindimotoSP ou pela UGT e está à disposição para receber representantes das instituições”.
A reportagem do R7 pediu o posicionamento da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo) e o governo municipal de São Paulo. Assim que enviarem as respostas, incluiremos na reportagem.
Confira a íntegra da solicitação das entidades sindicais:
Solicitação pública de atendimento do governo ao Sindimotosp
Os motoboys querem levar mercadorias, e não vírus
A pandemia do coronavírus mudou a vida de todo o mundo. Literalmente.
Pessoas estão sendo obrigadas a ficar isoladas em suas casas, enquanto outras viraram heróis da sociedade, como os médicos, enfermeiros, lixeiros e os motoboys.
Estes últimos têm sido responsáveis por manter ativo o comércio, ao fazer entregas de produtos e mercadorias em domicílio, uma vez que governos autorizaram a continuidade desse serviço comercial como se fosse de utilidade pública, sem se preocupar com a questão da segurança sanitária e da remuneração desses profissionais.
O Sindimoto de São Paulo, entidade filiada à União Geral dos Trabalhadores (UGT), e que representa esses profissionais, repudia a forma com que as empresas, delivery, plataformas digitais (app) e o governo estão delegando à categoria de motofretistas o dever de realizar entregas em domicílio sem parâmetros mínimos de segurança sanitária.
A determinação do isolamento social e do fechamento de lojas e restaurantes tem como objetivo evitar a disseminação do coronavírus.
Mas, ao solicitar um serviço de delivery, se não houver o devido cuidado para com os entregadores, o vírus se espalhará da mesma forma.
A Prefeitura de São Paulo divulgou que está em conversa com o Sindimoto, mas a mesma não aconteceu.
Por isso, ao lado da UGT, solicitamos publicamente que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e o governador do Estado, João Doria, recebam o Sindimoto para, juntos, encontrarmos soluções para que os motoboys continuem trabalhando, desde que seja para entregar produtos, e não vírus.
A solicitação se estende ao governo federal, nas pessoas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Atenciosamente,
Gil – presidente do SindimotoSP
Ricardo Patah – presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores
Fonte: R7