Ocupação não é emprego

Pesquisa do IBGE, que está nos jornais de sexta (1º de fevereiro), mostra que o mercado de trabalho só produz emprego informal (427 mil neste ano), aumentando a tragédia dos trabalhadores brasileiros.

Cresce a precarização em todas as formas de trabalho, com um “salário” médio de R$ 1,3 mil e sem qualquer outro direito.

Do ponto de vista prático, essa situação aumenta ainda mais a desigualdade de nosso País, que já é uma das maiores do mundo.

As novas ocupações, motoristas que trabalham por aplicativos, ambulantes que vendem comida nas ruas e profissionais de embelezamento, são as que empregaram mais trabalhadores.

Todas essas ocupações, pois não podem ser chamadas de vagas, não têm Carteira assinada nem registro. Na prática, as pessoas saem de casa para sobreviver.

Batemos o recorde da informalidade, com 35,4 milhões, em média, em 2018. Nem é preciso dizer que essa situação agrava o rombo da Previdência, uma vez que o número de trabalhadores que contribuíram com o INSS foi o mais baixo nos últimos cinco anos. E há quase 5 milhões de desalentados, pessoas que desistiram de procurar emprego, por acreditar que não conseguem mais uma vaga, por exemplo.

Nós, da UGT (União Geral dos Trabalhadores), defendemos que seja feita uma reforma urgente da Previdência, com regime único para todos os trabalhadores, para destravar o mercado de trabalho e diminuir as desigualdades, além de criar formas de incluir os informais no sistema previdenciário, para evitar que o déficit só aumente. É fundamental, também, que os governos (federal, estadual e municipal) criem cursos de qualificação e educação profissional.

Ricardo Patah é presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo

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