
A sensação de aperto no bolso é realidade para a maioria dos brasileiros. Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na quinta (13) aponta que 55% dos entrevistados considera sua renda familiar insuficiente.
O dado soma 25% de respostas que apontam um volume de entradas muito baixo, trazendo dificuldades, com outros 30% que admitem uma falta de recursos atrapalhando o seu orçamento.
Entre as famílias que ganham até dois salários mínimos (R$ 2,2 mil), a situação é ainda pior: 71% disseram passar por apuros para sobreviver. A amostra da pesquisa aponta que esta faixa de renda corresponde a 57% da população.
A partir da faixa entre dois e cinco salários mínimos, o cenário se inverte, com 62% afimando ter o suficiente ou mais para arcar com as despesas. De cinco a dez salários mínimos, o retorno positivo sobe para 79% e, acima de dez salários mínimos, chega a 98%.
O Instituto Datafolha fez entrevistas presenciais com 2.071 pessoas entre os dias 11 de 12 de maio, em 146 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Crise e regressão
A pandemia do novo coronavírus, que provocou não apenas uma crise sanitária, mas também econômica e política, está no centro dos motivos que levaram a um empobrecimento da população.
Levantamento mais recente da FGV social aponta que o Brasil tem hoje 35 milhões de pessoas na extrema pobreza – com renda mensal abaixo de R$ 246. Isso equivale a 16% da população brasileira. Em 2019, antes da chegada da doença no país, eram 24 milhões de pessoas, ou 11% dos brasileiros.
Para muitos, o auxílio emergencial se tornou vital para manter o básico, como a alimentação. Mas o novo modelo, com parcelas de valores mais baixos – entre R$ 175 e R$ 350, ante os R$ 600 de 2020 – encontrou rejeição quase unânime.
Ao Datafolha, 87% dos entrevistados disseram que o benefício é “menos que o suficiente”. Outros 10% consideraram “suficiente” e 3% “mais do que suficiente”.
No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, o custo da cesta básica de alimentos no mês de março era de R$ 612,56, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) – maior que todas as faixas de auxílio disponíveis.
Nova parcela do auxílio emergencial é antecipada
A Caixa Econômica Federal anunciou ontem um novo calendário que antecipa o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial. O benefício será pago a 45,6 milhões de beneficiários.
A mudança não altera a data de início para liberação dos créditos no aplicativo Caixa Tem – neste domingo, os nascidos em janeiro terão acesso ao dinheiro. Para o resto do calendário (veja ao lado), as datas foram adiantadas para que o saldo fique disponível até 30 de maio para pagamentos de contas e transferências.
Também foram adiantadas as datas para saque em espécie da segunda parcela do auxílio emergencial, ocorrendo entre 31 de maio e 17 de julho – o calendário anterior previa liberação gradual até 8 de julho.
A medida vale para o público geral, uma vez que o calendário aos beneficiários do Bolsa Família não sofreu alterações.
Fonte: Metro