Força-tarefa recebeu uma denúncia de aglomeração por minuto no estado de SP

Desde a criação da força-tarefa de fiscalização ao cumprimento de medidas sanitárias preventivas à Covid-19, em 12 de março, e da decretação do toque de recolher noturno, três dias depois, o governo estadual paulista recebeu o equivalente a 1,1 denúncia por minuto, até abril, relatando aglomerações em festas clandestinas ou em comércios.

Março foi o mês com o maior número de ligações feitas ao telefone 0800, com 55.416 denúncias, representando alta de 1.179% em relação aos 4.332 casos de fevereiro. Apesar de abril ter registrado quase metade das denúncias do mês anterior, o quarto mês deste ano contou com o equivalente a 32 denúncias por hora sobre aglomerações, somando 24.201 telefonemas.

Todas as 9.602 denúncias feitas no segundo semestre de 2020, segundo a Vigilância Sanitária estadual, representam 39% dos telefonemas notificando aglomerações, somente em abril deste ano, dado mais recente divulgado pelo órgão.

“Nossa avaliação sobre o grande aumento de denúncias foi a ampla divulgação, em março, sobre a união de várias forças de fiscalização, que ganharam visibilidade com as ações de monitoramento [em festas clandestinas] divulgadas pela mídia”, afirmou ao Agora Maria Cristina Megid, diretora do Centro de Vigilância Sanitária, da gestão João Doria (PSDB).

A força-tarefa de fiscalização, da qual a vigilância estadual faz parte, é também constituída pelas polícias Civil e Militar, GCM (Guarda Civil Metropolitana), Procon e Vigilância Sanitária municipal.

Maria Cristina acrescentou que o alto número de denúncias reflete a preocupação da maioria da população com relação ao aumento de infecções e mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, foram registradas 98.710 mortes e 2.956,210 casos, decorrentes da Covid-19 no estado, até esta quarta-feira (5), quando a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) era de 78,3%.

“Grande parte das pessoas está extremamente preocupada e confiando em que o governo, por meio das ações de fiscalização, ajude e, por isso, estão denunciando. Se todos colaborassem, poderíamos voltar para uma normalidade controlada. Todos estamos esgotados emocional e economicamente”, acrescentou a diretora da Vigilância Sanitária, se referindo também a comerciantes prejudicados pelas regras de funcionamento determinadas pelo Plano São Paulo.

O grande problema apontado pela diretora, com relação a aglomerações, são as baladas clandestinas e também comerciantes que desrespeitam a fiscalização —inclusive rompendo lacres, colocados pelas autoridades sanitárias, e atendendo seus clientes “como se estivesse tudo bem.”

“Monitoramos esses comerciantes. Mas mesmo lacrando o comércio, notificando, multando e levando para a delegacia, nosso desafio continua. Estamos assustados em perceber que essas pessoas em festas e em comércios, aglomeradas, parecem não entender que estão em risco e também colocando em risco suas famílias e amigos”, ressaltou a diretora.

Além das denúncias feitas para o telefone 0800, a força-tarefa de fiscalização realizou, entre julho de 2020 e abril deste ano, 273.609 inspeções e aplicou 6.348 multas, que podem variar de R$ 551 para pessoas flagradas sem máscara, nas ruas, até R$ 290 mil para estabelecimentos que descumpram as medidas sanitárias decretadas pelo governo estadual.

Fonte: Jornal Agora

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