Procura por testes de Covid-19 na rede particular volta a aumentar em SP; percentual de resultados positivos também cresce

A busca por testes de Covid-19 em laboratórios da rede privada de saúde de São Paulo subiu até 30% nos últimos 15 dias. Além disso, o percentual de positividade, que representa o montante de resultados positivos para a doença, em relação ao total de exames feitos, também está crescendo, segundo empresas e entidades do setor.

Laboratórios de SP procurados pelo G1 afirmam que a procura aumentou de 20% a 30% em novembro, na comparação com o mês de outubro. Os números, no entanto, ainda são menores do que os verificados no primeiro semestre.

Segundo a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa laboratórios que processam cerca de 60% dos exames diagnósticos feitos na rede particular no Brasil, nos primeiros 15 dias de novembro houve um aumento de 30% nos exames de Covid-19 realizados pelos seus associados. Já a taxa de positividade subiu cerca de 25%.

De acordo com a diretora-executiva da associação, Priscilla Franklin Martins, não há relatos de escassez de insumos entre os laboratórios paulistas, e as unidades estão conseguindo atender ao aumento na demanda. No entanto, em laboratórios da capital, longas filas de motoristas esperando para fazer o teste de Covid-19 no esquema drive-thru se formaram na tarde desta terça-feira (24).

“Desde o final do 1º semestre o número de testes de Covid-19 [realizados na rede particular] foi caindo, de agosto pra final de outubro, e a partir do final de outubro e começo de novembro tem esse salto. Nos últimos 15 dias houve um aumento de 30%. E o aumento da taxa de positividade mostra que esses exames não são feitos apenas por curiosidade ou precaução: são pessoas que tiveram sintomas ou contato com algum caso confirmado”, afirma a diretora.

O grupo Dasa, que reúne laboratórios como Alta, Delboni Auriemo, Lavoisier e Salomão Zoppi e já processou mais de 2,5 milhões de testes de Covid-19 em 900 laboratórios pelo país, percebeu um aumento de 30% nos casos positivos da doença. A taxa de positividade foi de 18,9% em outubro para 27,4% nos primeiros dias de novembro. Em São Paulo, a média móvel na procura por exames também cresceu 30%, entre 10 de outubro e 10 de novembro, de acordo com a rede.

Já o laboratório Labi Exames afirma que os maiores picos de testagem ocorreram em junho, com mais de 10 mil testes realizados, e no mês atual de novembro. Houve um aumento de cerca de 20% nos testes realizados neste mês, em comparação com outubro.

No mês passado, foram cerca de 5,9 mil testes realizados pela empresa. Já em novembro, o total deve passar de 7 mil testes, número que pode subir ainda mais nos próximos dias. A taxa de positividade cresceu 2 pontos percentuais: era 8% em outubro e já passa de 10% do total de testes em novembro. Desde o início da pandemia, o laboratório realizou mais de 50 mil exames.

Os laboratórios de São Paulo oferecem duas variedades de teste para coronavírus: o molecular, também chamado de RT-PCR, que localiza o RNA do vírus e detecta sua presença no organismo desde o primeiro dia de contaminação; e o teste rápido, sorológico, que identifica a presença de anticorpos contra o vírus no sangue.

O PCR é feito com secreções da mucosa nasal e da garganta que é processada em máquinas junto a reagentes que indicam a presença do material genético do vírus. Trata-se de teste de alta precisão e considerado essencial para pessoas com sintomas graves.

Segundo a Abramed, o teste RT-PCR corresponde a maior parte dos exames feitos pela rede particular.

“O PCR é indicado para fase aguda da doença, ou seja, o início dos sintomas, ou desde o contato do vírus até 10 dias depois, e costuma ser feito com pedido médico. Passou de 10 dias da data de contato com o vírus, aí é o sorológico. Entre as empresas associadas, a procura ainda é predominantemente de pessoas que têm pedido médico para o RT-PCR”, afirma Priscilla Franklin Martins, diretora da associação.

Processamento de testes na rede pública

rede pública de São Paulo realizou apenas 28% dos testes do tipo RT-PCR feitos no estado desde março de 2020 para diagnosticar casos ativos da Covid-19.

Os dados foram divulgados pelo governo estadual na noite de sábado (21), depois de 36 dias sem informações públicas sobre a testagem em laboratórios particulares e mostram que, ao contrário dos laboratórios particulares, o número de testes realizados vem caindo.

De julho para agosto, a queda foi de 3%. De agosto para setembro, ela se intensificou para 22%. Mesmo assim, em outubro o total foi ainda menor, com queda de 6% em relação a agosto.

Por enquanto, os dados de novembro ainda são preliminares, e o Placar de Testes mantido pelo Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi) do governo estadual não indica o tempo médio entre a realização do teste e a notificação no sistema.

Fonte: G1

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